quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Lobby e a Verdade: algumas impressões em “Obrigado por Fumar”

Obra: Obrigado por fumar

Categoria: cinema
Gênero: comédia
Roteiro:Jason Reitman, baseado em livro de Christopher Buckley
Direção: Jason Reitman

Notícia e publicidade: embora opostas, sempre muito próximas nas Relações Públicas e Assessorias de Imprensa.


Em “Obrigado por fumar” encontramos um retrato de uma atividade da Comunicação muito relevante e, por isso, também, ainda muito confusa. Jornalismo e Relações Públicas estão interligados em uma assessoria de comunicação eficiente, entretanto, é necessário distinguir funções e processos.


De acordo com Ferrareto e Kopplin (2001), cabe à AI a administração de informação jornalística e às RP a imagem pessoal ou institucional do assessorado. Sendo assim, um segundo tema desta breve análise se focaliza em uma atividade polêmica: o lobismo.


Caracterizada como uma função designada ao profissional de RP, o lobismo influi direta ou indiretamente no trabalho jornalístico devido a sua veiculação.


Enquanto o jornalista deve se ater aos fatos, o lobista se preocupa com a maneira como são expostos. Por lidar com a imagem e representação do assessorado, nem sempre o modo com que o lobista resignifica as notícias divulgadas pela AI será o mais creditado.


Talvez pela hipoteca, talvez pelo status adquirido em uma grande instituição, Nick Naylor, o homem que administra os conflitos éticos em Obrigado por Fumar, submete-se várias vezes à orientação do chefe: “seu trabalho é ser discreto e manipular a verdade”.


O que fazer quando os fatos estão na contramão do assessorado? O compromisso com a verdade pode ser esquecido e uma nova verdade passa a ser tão “maquiada” a ponto de gerar (ou gerir) uma nova verdade, claro que, desta vez, bem mais conveniente aos seus mentores.


Realidade ou apenas uma versão muito convincente sobre o lobismo no cinema, o questionamento maior presente na obra é: até que ponto as informações que recebemos diariamente são fiéis aos fatos?


A imagem a qual dispomos algum crédito pode não ser exatamente o que nos parece. Quem assiste ao filme passa a se atentar para o conselho: sempre desconfiar de fontes, meios e mentes. Como um cantor brasileiro já bem ilustrou: “meu pai um dia me falou para que eu nunca mentisse...Mas ele se esqueceu de me dizer a verdade.”

Um comentário:

Marcos Daniel Santi disse...

Muito bom, nao assisti o filme, mas que sabe. Só uma colocacao, o trecho da música nao é de uma banda, é de um cantor, Roberto Carlos.