terça-feira, 4 de maio de 2010

ProUni - na mira da mídia

Eu insisto, estes escândalos com os programas do Governo Federal são absurdos! Absurdamente mal apurados e transmitidos.


Destaque do Fantástico de 02 de maio de 2010: “jovens que têm carros bacanas, moram em casas luxuosas e recebem bolsa do governo destinadas a alunos pobres.”


O Programa Universidade para Todos é voltado a jovens oriundos de escola pública que possuem renda mensal de até dois salários mínimos por membro familiar, no caso de bolsas de estudo integrais, e de três salários mínimos no caso de bolsas parciais.


Bem, não sei qual o conceito de pobreza usado pela imprensa, que rotula os bolsistas como carentes e pobres, mas sei da tamanha ingenuidade (ou maldade) ao noticiar as fraudes deste modo.


Que estamos em período eleitoreiro já sabemos. Que o ProUni se destaca pelo número de acesso ao ensino superior já sabemos. Assim como também já sabemos que a mídia grandona (só para não repetir “grande mídia) já está com a munição preparadinha para ferrar com a imagem do Governo Federal e atingir seu candidato apoiado.


O problema é que nem todo mundo que assiste TV, lê jornal, ouve rádio e acessa internet sabe disso. Aí, quem não tem nada a ver com a paçoca, os alunos bolsistas sérios e as universidades responsáveis é que têm a imagem ferrada. Principalmente os alunos, por serem obrigados a ouvir que são coitadinhos, pobrezinhos, carentes.


Aluno ProUni não tem nada de coitado ou carente. Ele tem que estudar muito pra ter um bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), enfrentar uma concorrência grande e comprovar devidamente que as informações apresentadas na inscrição são verídicas. Ninguém joga uma bolsa de estudos no colo dele porque sua renda familiar não é a maior do País.


As apurações na reportagens, em geral, sobre este tema sempre apresentam uma grande falha: não dizer que o primeiro responsável pela fiscalização do ProUni é a própria universidade.


A cada semestre, a universidade deve exigir novamente a documentação do bolsista, avaliar suas possíveis alterações, ver se elas continuam se enquadrando no perfil do programa e só aí realizar rematrícula. Trabalhoso, não?


Pois é examente por isso que temos muitas universidades que simplesmente não procedem assim. É bem mais fácil continuar com vários bolsistas e recebendo os abates em impostos.


O Ministério da Educação (MEC) entra em cena para saber se a universidades andam fiscalizando seus alunos. Não deve ser muito simples dar conta de tanta universidade e tanto aluno. Talvez por isso as fraudes podem acontecer.


Sem cobrança a coisa fica fácil: o aluno que teve um desempenho alto no ENEM pode apresentar informações falsas e concorrer sem dificuldades a uma bolsa de estudos. Se a universidade não conseguiu identificar a fraude, azar o dela com o MEC.


Por que será que as reportagens não enfocam isto, a verdadeira raiz do problema?


Deve ser porque manchetes com os bacaninhas de carrões usurpando as vagas dos pobrezinhos são bem mais rentáveis. É brincadeira, viu? Sempre soube que essas políticas educacionais no Brasil são furada!

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