quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Hino de mulher


Eu nasci para presidente
e não para primeira dama
Rapaz vê se me entende, 
você que diz que ainda me ama
Admito você é lindo,
mas não muito legal
Por trás desse sorriso
esconde algo tão boçal
Meu talento é este mesmo
eu vim para debater, 
ecoar minha voz no vento
Nem pense em me deter
Perdoe se o iludi, às vezes acontece
esse teu rosto bonito, confesso que me mexe
Qualquer dia telefone, podemos nos falar
espero suas novidades para me contar
Não chame de egoísmo, 
afinal não é nada disso
Simplesmente não consigo conviver com teu machismo
Não tenha esperança
é só a última dança
Um adeus civilizado
de quem esteve ao seu lado.
Te desejar sucesso será meu gesto generoso,
palavra de quem se fartou com teu desgosto

2 comentários:

Unknown disse...

E quão grande foste a minha ilusão de achar que vc seria Amélia eternamente, que não teria forças para ser presidente... Agora só os fortes com tu serão dignos de tua paixão.

Volmir disse...

Como a gente se livra desses machismos velados que impregnam nossa identidade masculina? Eu não sei... lendo seu texto, como homem, não sei o q pensar... me vem logo a mente A paixão segundo G. H., sei q o Ser é mais do que a dicotomia homem/mulher. Sei que aprendi isso com Clarice, q tinha uma sensibilidade no trato da intimidade humana como nenhum outro escritor poderia ter, e a sua condição de mulher talvez tenha sido fundamental para chegar a esse patamar tão raro.